Quem foi Cleópatra?
E Julio César? Um herói de Roma, um “populista”, o algoz da República Romana – através do que hoje seria chamado Golpe Militar? Ou a combinação de todos estes papéis?
E Brutus (“Até tu Brutus?”) ? Um assassino cruel do imperador? Um defensor da República Romana?
Dependendo do que filme que assistirmos, do livro que lermos, cada um assumirá papel de herói ou vilão.
Eis o porque de ser necessário tornar-se um leitor consciente e crítico das informações recebidas de qualquer mídia.
04/01/2011 - 17h14
"As Memórias de Cleópatra" narra queda da rainha e plano de suicídio
colaboração para a Livraria da Folha
Para não ser exibida como prisioneira pelas ruas de Roma, a rainha do Egito decide morrer. Mas antes, termina a última página de seus pergaminhos, onde narra toda a sua vida, inclusive seus amores. Em "As Memórias de Cleópatra - o beijo da serpente" (Geração Editorial), a bela Faraó já sabe que o marido Marco Antônio está morto e que está perdida a guerra para o inimigo Otávio. Nada mais resta, então, que o bote certeiro da serpente sagrada do Egito. Mas como montar seu suicídio com honra e pompa sem que o inimigo a impeça?
No terceiro livro da trilogia escrita por Margaret George, acompanhamos uma Cleópatra que faz jus não só à lenda de grande beleza, mas também de mulher inteligente, cheia de planos, estratégias e ardis. Até o final, a rainha luta com todos os seus truques.
Mas, com Marco Antônio morto e o inimigo já à porta de casa, ela quer o derradeiro triunfo - "preciso saber que controlo meu próprio destino", ela disse. No mausoléu, ela faz suas despedidas ao mundo. "Pego a serpente na mão (...) Sua língua dardeja. Parece bastante dócil".
Na primeira pessoa, é a soberana quem nos conta a história. Em "A Filha de Ísis", ela narra sua vida desde a infância até o assassinato de Júlio César, em Roma. No segundo volume, "Sob o Signo de Afrodite", Cleópatra, no auge de sua beleza e poder, descreve seu romance com o general romano Marco Antônio. Juntos, eles sonham com um novo império, ligando o Ocidente e o Oriente. Nesse último volume, fecha-se a história da última rainha da dinastia de Ptolomeu, quando o Egito, conquistado, passa a integrar o Império Romano.
O editor avisa: os três livros podem ser lidos separadamente. Segundo a nota da autora, muito do que o público "sabe" sobre Cleópatra são injúrias espalhadas por seus inimigos. Depois da vitória de Otávio, a versão da rainha foi suprimida, apagada. Mas, a partir de fontes indiretas, Margaret George conseguiu montar um retrato o mais próximo do real do que aconteceu. Por exemplo, o historiador Plutarco utiliza em seus escritos as memórias do médico de Cleópatra, Olímpio, para reconstituir os últimos dias e a morte da rainha.
Foram precisos quatro anos de pesquisas em documentos e escritos antigos, também viagens ao Egito, para remontar a história de Cleópatra. Para preencher lacunas, a autora lançou mão da ficção. Mas, segundo ela, é importante saber o que é real e o que não é. "Muitas das coisas que escrevi aqui poderiam passar por invenções dramáticas, mas são, na verdade, bem documentadas", diz. Mas, segundo ela, tanto quanto Júlio César, Marco Antônio e Otávio, a rainha Cleópatra é um desses personagens que pertencem tanto à história quanto à lenda.
Fundação da Nova Tróia
Nascido em Mântua, norte da Península Itálica, em 70 a.C., Virgílio produziu três grandes obras poéticas: As Bucólicas, As Geórgicas e A Eneida. Sua época é a do início do Império, isto é, momento em que a República romana sucumbe como conseqüência das guerras civis e da ditadura de Júlio César. Otávio Augusto assume a função de príncipe e, a partir daí, se estabelece uma sucessão, em certa medida, hereditária que só irá se extinguir com a queda do Império do ocidente, quinhentos anos mais tarde (em 476 da nossa era).
Virgílio, como escritor, está associado à imagem de Augusto, cujo lugar-tenente, Mecenas, aplica-se na constituição de um círculo cultural que serve ao poder, produzindo propaganda para o novo líder. Nesse mesmo grupo, surgem poetas como Propércio e Horácio.
A Eneida, a despeito do fato de ser uma poesia encomendada com a finalidade de exaltar o poder de Augusto, inaugura a possibilidade de constituição da épica, tendo como meio a escrita e, ainda, tendo por trás de si uma tradição literária.
Constituída por 12 cantos, a épica virgiliana trata da fundação de Roma e tem como personagem principal Enéias, guerreiro troiano que foi incumbido pelos deuses de fundar a nova Tróia: Roma. Em sua saga, Enéias percorre um longo caminho até a chegada à região do Lácio, percurso que, do ponto de vista da estrutura do poema, dura exatamente os seis primeiros cantos. E, assim, ao chegar ao local que lhe fora determinado, age, seguindo sua sina, empreendendo guerras de conquista: afinal, é um herói e, como tal, está predestinado a combater.E essa ação heróica percorre os seis cantos finais da epopéia.
O desenrolar do enredo segue a proposição do poema, pois, diz Virgílio logo no primeiro verso: “Arma uirumque cano” (“As armas e o homem canto”), e isto significa que o poema tratará, de um lado, das desventuras de Enéias (homem) e, de outro, das campanhas bélicas empreendidas por ele (armas).
Rubicão
O Triunfo e a Tragédia da República Romana
de Tom Holland
Edição/reimpressão: 2008
Páginas: 400
Editor: Aletheia
ISBN: 9789896220778
Sinopse
A República Romana foi o mais notável Estado da história. O que começou como uma pequena comunidade de camponeses acabou a governar o mundo então conhecido. Rubicão traça um retrato vívido da República no clímax da sua grandeza – a mesma que levaria à catástrofe da sua queda. Este foi o século de Júlio César, o jogador cujo vício pela glória o conduziu às margens do rio Rubicão, e para lá delas; de Cícero, cuja defesa pela liberdade fará dele o símbolo da eloquência; de Espartacos, o escravo que ousou desafiar a superpotência, tal como a rainha Cleópatra. Tom Holland dá vida a esta estranha e desconcertante civilização, com os seus extremos de ambição e auto sacrifício, derramamento de sangue e desejo. A verdade é que a República continua a ser um espelho para a civilização ocidental, dois mil anos passaram mas continuamos a ser os seus herdeiros.
Rio Rubicão
Rubicão (Rubico, em latim; Rubicone, em italiano) é o antigo nome latino de um riacho no norte da Península Itálica. Na época romana, corria para o Mar Adriático entre Ariminum (atual Rimini) e Cesena. A identidade moderna do rio é discutida, mas alguns o identificam com o rio Pisciatello, na Província de Forlì-Cesena.
O rio ficou conhecido pelo fato de que o direito romano no período da República proibia qualquer general romano de atravessá-lo acompanhado de suas tropas, retornando de campanhas ao norte de Roma.
Tal medida visava a impedir que os generais manobrassem grandes contigentes de tropas no núcleo do Império Romano, evitando riscos à estabilidade do poder central. O curso d´água marcava então a divisa entre a província da Gália Cisalpina e o território da cidade de Roma (posteriormente, a província da Itália).
Quando Júlio César atravessou o Rubicão, em 49 a.C., presumivelmente em 10 de janeiro do calendário romano, em perseguição a Pompeu, violou a lei e tornou inevitável o conflito armado. Segundo Suetônio, César teria então proferido a famosa frase Alea iacta est ("a sorte está lançada"). O mesmo autor também descreve como César parecia indeciso ao se aproximar do rio e atribui a decisão de atravessar a uma aparição sobrenatural.
A frase "atravessar o Rubicão" passou a ser usada para referir-se a qualquer pessoa que tome uma decisão arriscada de maneira irrevogável, sem volta.
O escritor brasileiro Machado de Assis (1839-1908) cita a expressão em seu romance Helena, quando o personagem Estácio decide pedir a noiva Eugenia em casamento:
“ | Transposto o Rubicon, não havia mais que caminhar direito à cidade eterna do matrimônio. | ” |
As bases socioeconômicas da queda da República Romana e da instauração do Império:
A CRISE AGRÁRIA E AS TENTATIVAS DE REFORMA
No século II a.C. os pequenos proprietários rurais e os camponeses pobres atravessavam um período muito difícil. A concorrência do trigo provincial, o crescimento dos latifúndios e o emprego em larga escala do trabalho escravo, constituem as causas da situação miserável dos pequenos proprietários. Alguns representantes da aristocracia compreenderam que os movimentos camponeses e as sublevações de escravos punham em perigo a própria sobrevivência do Estado Romano. Era urgente uma solução. Entre os reformadores romanos, sobressaíram os irmãos Tibério e Caio Graco.
A Reforma de Tibério Graco: Eleito tribuno da plebe, apresentou seu projeto de Reforma Agrária: nenhum cidadão poderia ter mais de 500 jeiras de terras públicas (correspondem a 123 hectares); se o concessionário de terra tivesse dois filhos, esse total teria que ser duplicado. As terras assim excedentes deveriam ser repartidas em lotes e distribuídas aos cidadãos pobres, mediante arrendamento e uma taxa especial ao Estado. O objetivo desta reforma era reabilitar o pequeno proprietário, base do recrutamento militar, e, assim, fortificar o Estado Romano. Plutarco fez no plenário o seguinte comentário sobre a proposta de Tibério. ―Tibério Graco, o tribuno adepto da Lex Agraria, denunciou o empobrecimento dos pequenos camponeses. Os homens que combatem e morrem pela Itália têm o ar e a luz, mas mais nada [...] Lutam e perecem para sustentar a riqueza e o luxo de outros, mas, embora sejam chamados os senhores do mundo, não têm um único torrão de terra que seja seu.
A Assembléia Popular aprovou a lei agrária. Entretanto, a maioria reacionária do Senado, representando os interesses dos latifundiários, fez forte oposição e tentou impedir, de todas as maneiras possíveis, a demarcação e a redistribuição das terras públicas. O próprio Tibério terminou sendo assassinato.
OBS:Se houvesse tido êxito, Tibério teria desempenhado em Roma um papel equivalente ao do tirano Psistrato em Atenas. Mas a situação em Roma era outra. Os pequenos proprietários, arrancados de suas terras para servir ao exército, estavam ausentes, e os que residiam em suas terras encontravam-se dispersos. A plebe romana, que teoricamente era o contingente a ser beneficiado pela reforma agrária, já não manifestava interesse pela volta ao campo e ao trabalho, ociosa e corrompida que estava por sua transformação em clientela das grandes famílias. Na verdade o projeto de Tibério era impraticável numa sociedade que havia assumido plenamente a feição escravista.
A Reforma de Caio Graco: Como Tibério, seu irmão Caio, elegeu-se Tribuno da Plebe. Fundou várias colônias agrícolas na Itália e nas províncias e mandou aprovar a Lei Frumentária, mediante a qual o Estado era obrigado a vender trigo à população urbana por preço inferior ao de mercado. A oposição senatorial foi, mais uma vez violenta. Caio foi obrigado a se suicidar.
OBS: Os irmãos Graco foram para os romanos a derradeira chance de encaminharem sua sociedade para a democracia. Mas as bases sociais para o êxito dessas reformas – aquelas forças que na Grécia, se opuseram com sucesso ao egoísmo aristocrático – estavam totalmente corroídas. Em Roma a aliança entre plebeus ricos e plebeus pobres era impossível. Temendo a massa popular miserável e corrompida pelo clientelismo, os plebeus ricos aliaram-se à nobreza fortalecendo a posição desta última. O fracasso dos irmãos Graco selou o destino da república romana.
A CRISE DA REPÚBLICA
Após a morte dos Graco, houve em Roma a polarização política seguida da radicalização nas lutas governamentais, e a República Romana entrou em crise. De um lado estavam os aristocratas, preocupados com a manutenção da ordem existente; de outro, os populares ansiosos por reformas. Destacam-se nesse período o general Mário, defensor da plebe e Silas defensor dos conservadores. Mário, conseguiu transformar o exército, cujos postos eram privilégio dos cidadãos, em um exército popular, composto por assalariados. Os soldados passaram a receber um soldo (salário), participação dos espólios e, ao cabo de 25 anos de carreira, direito a um pedaço de terra. Com a morte de Mário, Silas estabeleceu uma ditadura militar e perseguiu violentamente os antigos seguidores de seu antecessor. Em 60 a.C., o senado acabou elegendo três fortes políticos ao Consulado: Júlio César, Pompeu e Crasso que governaram juntos no chamado Primeiro Triunvirato dividindo entre si os domínios romanos. Crasso morreu combatendo na Pérsia e Pompeu eleito cônsul único destituindo César do comando militar da Gália (França). César ganhou a briga, mas em 44 a.C. foi assassinado a punhaladas no senado. Marco Antônio, Otávio e Lépido formaram o Segundo Triunvirato. A vitória de Otávio sobre Marco Antônio representou a passagem da República para o Império Romano.
O IMPÉRIO
Otávio Augusto, o fundador do Império Romano, estabeleceu em Roma a forma de Governo chamado de Principado, por ter recebido do senado o título de Príncipe, primeiro entre os iguais. Augusto concentrou em suas mãos todos os poderes, evitando, porém o título de rei ou de ditador. Possuía as prerrogativas de cônsul, de comandante do exército, de tribuno e de prefeito dos costumes. Dividiu as províncias em senatoriais e imperiais; reorganizou a economia do império, incentivando a produção e protegendo as rotas comerciais, estabeleceu o serviço imperial de correios, embelezou a capital, construindo termas, aquedutos, mercados teatros e pontes, incentivou o desenvolvimento cultural (Roma caput mundi); tentou revigorar as crenças religiosas tradicionais e purificar os costumes, restabeleceu o poder nas fronteiras, dando às gerações futuras um período de paz chamado de Paz Romana.
O trecho acima foi extraído do PDF referenciado abaixo, onde temos um resumo (35 páginas) do funcionamento das Sociedades da Grécia e Roma.
Fonte: Antiguidade Clássica: A Grécia
http://www.bartolomea.com.br/frames/downloads/historiantiga_e_media.pdf
http://www.bartolomea.com.br/frames/downloads/historiantiga_e_media.pdf
Vale a pena conhecer pois é a Matriz (ou Matrix? Rs rs rs) da Sociedade Ocidental. É interessante como podemos reconhecer muitos problemas da atualidade no pequeno trecho acima, de uma Itália de mais de 2000 anos atrás !!!!
Alguns “links históricos”:
· O Reich de Mil Anos, de Hitler, era inspirado na Paz Romana.
· Este mesmo ideal, chamada de Pax Americana, move os conservadores norte americanos (Republicanos e Fundamentalistas Cristãos que estão por trás dos governos Bush pai e filho, Fox News e articulações para o desgaste de Obama, visando uma futura retomada do poder, nos EUA)
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Atenciosamente.
Claudio Estevam Próspero
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