sábado, 21 de abril de 2012

Federação das Indústrias do Estado do Paraná - Humberto Maturana e Ximena D’Avila =>Uma cultura organizacional que favorece e mantém a criatividade e colaboração ao mesmo tempo que expande a produtividade e o bem-estar organizacional.



Uma abordagem inédita para mergulhar os participantes num mundo diferente e possível, guiados pelos valores de empatia, cooperação, coordenação de ações baseada na convivência dos diferentes, mas legítimos na diferença e eficazes na construção coletiva de uma prosperidade duradoura.

De forma inédita e pela primeira vez no Brasil, a Unindus – Universidade da Indústria, uma iniciativa do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná – e o Instituto Matriztico (Chile) lançam o Programa de Certificação em Biologia Cultural. O programa será conduzido por Humberto Maturana e Ximena D’Avila e seu conteúdo programático terá como focos prioritários: as pessoas e sua capacidade de inovar em termos de gestão; a sustentabilidade organizacional e social; o desenvolvimento do espírito e a gestão de cooperação e solidariedade; a elevação da produtividade industrial e a responsabilidade ética pela sustentabilidade ambiental.

De fato, os gerentes, executivos, administradores e empresários estão cada dia mais cientes de que a despeito de grandes investimentos em processos, estratégias e tecnologias feitos historicamente, ainda não se alcançaram as transformações adequadas às necessidades de bem-estar da humanidade, que hoje mais do que nunca requer a criação de novos espaços auto-sustentáveis, num mundo em continua mudança.

O Instituto Matriztico desenhou e conduzirá um processo de formação, com o intuito de desenvolver formadores em biologia cultural, que em diferentes âmbitos e autonomamente ampliem espaços reflexivos e de ação ética, que permitam realizar e conservar um projeto comum que abra possibilidades de sustentabilidade, com o decorrente bem-estar para as comunidades humanas e as organizações que se beneficiem dessa ação.

Para o cientista chileno Humberto Maturana, os seres vivos são sistemas que se distinguem de outros por sua capacidade de se "autoproduzir". Esta teoria - que ele chamou de "autopoiese" – teve importante influência na mudança de paradigmas quanto à compreensão dos sistemas vivos, ao papel da linguagem na evolução da espécie humana, às concepções científicas sobre evolução, biologia, meio ambiente, convivência nos espaços humanos, nos grupos, comunidades e organizações humanas. Enfim, junto a todos os interessados em explorar a essência da vida sob a ótica da "biologia do conhecimento".

A partir do seu estudo da percepção, Humberto Maturana criou o campo da Compreensão Ontológica do Fenômeno do Conhecer como fenômeno biológico que ele denomina Biologia do Conhecer. Também criou o entendimento dos fundamentos biológicos do humano, que ele chama de Biologia do Amar. Além disso, trouxe uma profunda compreensão do que constitui o viver de todo ser vivo, através da formulação da teoria da Autopoiese, uma das noções científicas de maior impacto transversal na história da ciência moderna.

Maturana continua a desenvolver sua atividade científica educadora no Instituto Matríztico, instalado no laboratório de Biologia da Universidade do Chile, em Santiago. Trabalha com a professora Ximena D’ávila Yanez e uma equipe de colaboradores no desenvolvimento das conseqüências do entendimento trazido pela dinâmica da Matriz Biológica da Existência Humana, em cinco áreas das atividades humanas: Família, Educação, Empresa, Sociedade e Mundo Natural.

Em sintonia com todo o novo modo de viver, pensar e sentir que vai penetrando nas pessoas e organizações, buscando uma “mudança de consciência”, o Instituto Matríztico vem realizando jornadas de reflexão ética que estimulam as pessoas a se lançarem no aprendizado prático-teórico da biologia do conhecer e do amar, por meio de rodadas de conversação em regime de convivência intensiva em cooperação, empatia  e respeito pelas diferenças.

O Programa tem duração de três anos: o primeiro ano equivalente ao nível de graduação, os dois anos seguintes equivalentes a um mestrado e doutorado. Cada um dos três anos do programa possui estrutura e conteúdos independentes; logo, o participante deverá a cada ano decidir sobre a continuidade e realizar nova matrícula. Cada ano do curso constará de três semanas presenciais oferecidas nos meses de: Março, Junho e Outubro.

Público-alvo:
Empresários, executivos e administradores, acadêmicos, colaboradores do terceiro setor, trabalhadores sociais e interessados no tema.

O que nós queremos com o programa?
Queremos contribuir para criar espaços de coexistência em colaboração, em mútuo respeito e responsabilidade individual em todos os diferentes domínios da nossa coexistência social .

Queremos contribuir para criar as condições de uma mudança cultural ética que nos remova de uma maneira de viver em relações de dominação e submissão, desconfiança e controle, competição e falta de auto- respeito, e nos conduza a uma maneira de viver em auto e mútuo respeito, em mútua confiança e colaboração, em um espaço social ético.

Queremos contribuir para a recuperação do bem-estar fundamental que torna possível o auto-respeito e colaboração em um projeto comum, maneira de coexistência que é continuamente negada pelas dinâmicas da dominação e submissão em relações de desconfiança e controle gerados pelo emocionar da cultura patriarcal / matriarcal à qual pertencemos agora.

Queremos fazer isso através do auto- respeito e autonomia criativa que surge espontaneamente no entendimento da biologia da cognição e da biologia do amor em dinâmica na matriz biológica da existência humana como o fundamento da nossa natureza humana.

Nos períodos entre os módulos, os participantes deverão realizar estudos, pesquisas e tarefas para as quais contarão com apoio à distância  oferecido por uma equipe de Tutores docentes do Instituto Matríztico. Poderão igualmente participar de teleconferências, fóruns de discussão, eventos temáticos, trabalhos em grupos virtuais ou presenciais

Benefícios:
Aumento na auto-aceitação e auto-respeito que expande a responsabilidade, autonomia e criatividade. Aumento da confiança e respeito nos relacionamentos interpessoais.Melhor coordenação de ação e maior colaboração entre os membros da equipe e entre as equipes.

Gestores que se tornam facilitadores dos processos de criatividade, colaboração e bem-estar no convívio na organização.

Uma cultura organizacional que favorece e mantém a criatividade e colaboração ao mesmo tempo que expande a produtividade e o bem-estar organizacional.

A cultura organizacional como espaço humano de colaboração e mútuo respeito, responsabilidade e comportamento ético, que conserva o bem-estar em seus membros.

Reconhecimento organizacional: a empresa vista como uma instituição respeitável no seu campo de atuação devido à forma que seus membros se relacionam interna e externamente, cujas características são: a ética, a colaboração, o auto e mútuo respeito, que se expandem em todo o domínio da existência, da consciência ecológica, da responsabilidade ecológico-social e da responsabilidade político-econômica.

Integração com uma rede relevante de pessoas, que pesquisa, estuda, difunde e se constitui como multiplicadora de formadores em Biologia Cultural, um inovador conhecimento de fronteira.

Para saber mais sobre o programa

Para saber mais sobre a teoria e metodologia


Estrutura do Programa
Primeiro ano
Transformando-nos em convivência: Em nossa cultura atual, o conhecimento é nossa mais poderosa justificativa para fazer o que fazemos. Brigamos pelas diferenças no conhecimento. O que é conhecer? O fundamento do conhecer é o observador?

Entendendo os Sistemas Vivos:
Qual é a pergunta-chave: o que é a vida? Ou, que tipo de sistema é um sistema vivo? Que tipo de seres somos como seres humanos? Autopoiesis, Determinismo estrutural, A matriz da existência, Evolução.

Organismo e Sistema Nervoso:
Entendendo o domínio de existência dos organismos e da participação do sistema nervoso na geração da conduta. O organismo e o sistema nervoso são sistemas fechados. O sistema nervoso não se encontra com o meio.

Linguagem e Emoções:
O linguajar é um modo de coexistir ou um instrumento de comunicação? Onde ocorrem as emoções? Como ocorre o linguajar? O que distinguimos quando distinguimos emoções? O que comunicamos quando nos
comunicamos? A origem dos objetos e das relações.

Conversações:
Entrelaçamento do linguajar e o emocionar. Nós, os seres humanos, vivemos em redes de conversações. Origem da Humanidade. Origem do viver cultural. Domínios de coexistência.

O que é explicar?
O que fazemos quando explicamos? Respondemos uma pergunta ou mostramos como algo acontece? Natureza do processo do explicar. O que são as explicações científicas? O que é entender?

A Matriz Biológico-Cultural da Existência Humana
Nossas reflexões sobre nosso viver nos mostram que nosso viver ocorre numa matriz de relações que nos torna possível, que descrevemos e revelamos com as coerências de nosso viver. Origem da Humanidade.
Moral e Ética.

Leis Sistêmicas:
Nada ocorre em nosso viver de maneira casual. Só nos parece desse jeito, se  não entendermos o que ocorre. Como fazemos abstrações a partir das coerências operacionais de nosso viver?

Segundo ano
Conservação e mudança: Quando nos perguntamos a respeito de mudança não sabemos o que fazer, porque não sabemos o que conservar.Entender que a história não é um processo de mudança e sim, um
processo de conservação.

Interobjetividade – intersubjetividade.
O que são as sensações, os sentimentos e o compreender? Vemos os outros? Tocamos os outros?

Humanismo, ciência e tecnologia:
Entendendo a natureza do pensamento científico e tecnológico como criadores dos mundos que vivemos. O que queremos?

A Diversidade das experiências:
Vivemos como válido tudo o que vivemos. Vivemos muitos viveres numa vida.

Conversar Libertador
A dor e o sofrimento pelo qual pedimos ajuda sempre são de origem cultural. Há dor e sofrimento. A dor e o sofrimento surgem numa história de negação cultural.

As Organizações como Comunidades Humanas:
Por que as emoções são os eixos dos projetos comuns nas organizações? Como podem os processos de co-inspiração orientar as decisões dos processos produtivos? A orientação dos serviços e o negócio: A conservação do bem-estar? Como entender um Projeto Comum como uma Arquitetura dinâmica fechada de redes de conversação, co-inspiração e colaboração?

Reflexão Ação Ética
A Biologia do Amar como caminhos para o bem-estar. Confiança e traição. Mentira e erro. Impecabilidade e Negligência. Inteligência, criatividade e inovação. Por que os planos não funcionam? O espaço psíquico como a fonte inconsciente de toda ação consciente e inconsciente. O respeito, a honestidade, a confiança, a colaboração e a co-inspiração como geradores de bem-estar individual- social- ecológico.

Fim da liderança
Autonomia reflexiva e de Ação. Robôs ou Seres Vivos? Os Três Pilares da conduta social responsável espontânea. Pensamento Sistêmico- Recursivo. Fusão cultural, surgimento de uma nova cultura? O dinheiro como energia, e o conhecimento como capacidade de ação.

Antroposfera e Biosfera
Com nosso viver geramos continuamente o mundo que vivemos, e o mundo que geramos em nosso viver modifica recursivamente nosso viver e nosso conviver. Que trama ecológica do conviver humano surge como parte integral da biosfera? As atividades produtivas empresariais como parte intrínseca do âmbito ecológico da antroposfera que vivemos.

Terceiro ano

Biologia Cultural:
Como é que nos comovem a dor e o sofrimento de outros e outras? É um fato biológico que o bebê humano nasce amoroso e na confiança; que este ponto de partida não especifica um futuro; que todo ser vivo vive como válido tudo o que vive.

O que nos leva a atuar procurando mitigar ou diminuir a dor ou sofrimento de outros e outras?

É um fato biológico que a dor e o sofrimento de outro ser vivo evoca em nós nosso próprio sentirque o que chamamos aprendizagem é fundamentalmente inconsciente, que o ver, sentir e compreender a dor e o sofrimento de outros surge do fato de que nos toca pessoalmente.

É um fato biológico-cultural: o atuar ou não atuar diante da dor e do sofrimento com consciência ética. O atuar ou não atuar com responsabilidade social.

É um fato cultural: atuar com uma teoria que modula a disposição biológica a oferecer companhia ou apoio a outro ou outra.

O que nos limita na ação? No âmbito da convivência humana nossas condutas surgem sempre como atos biológico-culturais guiados e modulados por teorias que determinam se fazemos ou não fazemos o que dizemos que queremos ou o que consideramos oportuno.

Entendimento: olhar sistêmico
Enquanto seres vivos, cada um de nós é um sistema que vive mergulhado em outros sistemas, numa dinâmica operacional recursiva. Nós, seres humanos, e tudo o que fazemos acontece no presente num âmbito sistêmico recursivo que se estende a todo instante para além de nossa localidade particular. Vivência. Sensorialidade. Dimensões manipulativa e imaginada. Tramas e redes de coordenações recursivas de configurações de sentires.

Leis Sistêmicas e Metassistêmicas
A experiência do observar independente do observador que distingue. A pergunta sobre como opera o que ele opera em seu observar. O perceber do operar do observador. Entender o conhecer, o observar e o explicar como aspectos biológico-culturais do viver humano nos mundos consensuais fechados que constituem seu viver como Homo sapiens-amans, sem procurar qualquer apoio numa suposta realidade transcendente.

Abstraindo as coerências operacionais e experienciais da realização de nosso viver. Abstraindo as coerências dinâmicas dos processos que ocorrem no devir histórico ou epigênico do cosmos. A biologia, a física quântica e a cosmologia a partir do viver cotidiano. Presente cultural e linhagens culturais. Os seres humanos são o centro cognitivo do cosmos. A partir da pergunta sobre o ser na metafísica, a filosofia natural na pergunta sobre o fazer.

O saber: Tudo o que é dito é dito por um observador a outro observador, que pode ser ele mesmo ou ela mesma.

O fazer: Tudo o que é feito é feito por um ser humano no âmbito da antroposfera que surge com ele.

O acontecer: Cada vez que um conjunto de elementos começa a conservar para si certas relações, abre-se espaço para que tudo mude em torno das relações que se conservam.

O escolher: A história dos seres vivos em geral e dos seres humanos em particular, seguiu e segue um curso definido a cada instante pelos desejos, preferências, impulsos e emoções em geral.

Eras Psíquicas da Humanidade: Entendendo nossa configuração como uma arquitetura dinâmica fechada resultante de uma deriva natural guiada pela conservação de nosso modo de viver. Mudança de Consciência como transformação no substrato epistemológico. Da era Arcaica à era Pós-Pós-Moderna.


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As distintas eras psíquicas da humanidade têm semelhança, segundo nosso pensar, com a dinâmica histórica de transformação integral da psique humana, desde sua concepção, passando pela infância, a juventude, a condição adulta e a maturidade reflexiva, que configura nela, em cada instante, como se vive,  para onde se orienta e como se entende a natureza e o sentido do humano em sua pertença à biosfera.

Na visão mítica, este transcorrer da vida humana desde a concepção até o seu termo na maturidade ocorre como que uma dinâmica recursiva em que a sabedoria da maturidade leva ao início de uma nova história psíquica na geração seguinte que pode ser mais desejável porque implica a possibilidade da repetição do ciclo, porém com um deslocameno ampliado da consciência numa maior coerência com o mundo natural. O suceder das eras psíquicas da humanidade de que falamos aqui realiza um ciclo mítico, e possibilita um espaço reflexivo que no fundo é conhecido e re-conhecido desde o próprio viver no conviver.

Este suceder de eras psíquicas da humanidade vai desde a Era arcaica, na origem do humano, à Era pós-pós-moderna, já citada antes, como a era em que se recupera a consciência e as ações efetivas perdidas no transcorrer histórico da pertença humana à biosfera que é o transfundo de existência em que é possível e ocorre o humano. Recuperar esta consciência em coerências sistêmicas-sistêmicas faz possível abrir e ampliar o olhar sistêmico-sistêmico que é constitutivo do humano como um ser vivo que pode reflexionar sobre seu próprio viver e os mundos que gera nesse viver.

Era psíquica arcaica - Dinâmica emocional fundamental: o amar como um suceder espontâneo.
Era Psíquica Matrística - Dinâmica emocional fundamental: o amar como um conviver desejado.
Era Psíquica do Apoderamento - Dinâmica emocional fundamental: veneração da autoridade.
Era Psíquica Moderna - Dinâmica emocional fundamental: domínio da autoridade e alienação no poder.
Era Psíquica Pós-moderna - Dinâmica emocional fundamental: Domínio do Conhecimento.
Era Psíquica Pós-pós-moderna - Dinâmica emocional fundamental: Surgimento da reflexão e da ação ética conscientes

Fonte: Páginas 44-53 de:
MATRIZ ÉTICA DO HABITAR HUMANO
Entrelaçamento de sete âmbitos de reflexão-ação numa matriz biológico-cultural: Democracia, Pobreza, Educação, Biosfera, Economia,  Ciência e Espiritualidade.
24 jul. 2010 ... MATRIZ ÉTICA DO HABITAR HUMANO Entrelaçamento de sete âmbitos de
reflexão-ação numa matriz biológico-cultural: Democracia, ...
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Nos períodos entre os Módulos, os participantes deverão realizar pesquisas, estudos e tarefas para as quais contarão com apoio à distância oferecido por uma equipe de Tutores-docentes do Instituto Matríztico. Poderão igualmente participar de: teleconferências, fóruns de discussão, eventos temáticos, trabalhos em grupo virtuais ou presenciais.

De forma opcional serão oferecidas três linhas de trabalho colaborativo nos quais os participantes poderão se engajar:

1. Investigação: novas fronteiras no campo de conhecimento biológico e cultural e da prática social

2. Eventos de Formação complementar: Conferências, seminários, workshops e visitas técnicas orientadas.

3. Extensão: colaboração organizacional com Universidades, Escolas, Empresas e Comunidades.

Certificação:
Ao concluir cada ano, o participante recebe um CERTIFICADO EMITIDO pela Universidade da Indústria - Unindus e pelo Instituto Matríztico (Chile).

Isto representa uma oportunidade de ter uma qualificação de padrão internacional, com a chancela de um dos Institutos de Pesquisa de maior relevância e reconhecimento científico do mundo.

Docentes:
Humberto Maturana
Cientista chileno, Doutor em biologia pela Universidade de Harvard, Prêmio Nacional de Ciências em 1994 e premiado nos Estados Unidos e na Europa. Autor entre outras obras de: Neurofisiologia da Cognição, Biologia da Linguagem, Ontologia do Conversar, Da biologia a Psicologia Do Ser ao Fazer. Co-autor deAutopoiese e Cognição, De Máquinas e Seres Vivos A Árvore do Conhecimento - As Bases Biológicas do Conhecer Humano.

Ximena D’ávila
Co-fundadora e colaboradora do Instituto de Formação Matríztica. Discípula do Dr. Humberto Maturana Romesín, desenvolveu com ele a visão da dinâmica que entrelaça a Biologia do Conhecimento e a Biologia do Amor. Estudou Orientação em Relações Humanas e Familiares. Atualmente, trabalha na pesquisa das conseqüências do entendimento evocado pela dinâmica da Matriz Biológica-cultural da existência Humana, em distintas áreas do conhecimento como: a Família, a Educação, a Empresa ou Organizações, a Sociedade e o Mundo Natural.

Datas / 1º ano
• 03/03/2008 a 07/03/2008
• 24/03/2008 a 28/03/2008
• 23/06/2008 a 27/06/2008


(Trecho)
(...) Os seres humanos podem refletir e se perguntar do que gostamos e do que não. E é aqui onde surge a questão do progresso, mas isso não faz parte da vida biológica, mas sim de um aspecto de um habitar cultural próprio da humanidade, esta é uma observação que fazemos sobre a conveniência de seguir as orientações derivadas de nosso próprio viver. Como dizem Humberto e Ximena : “Conversamos sobre progresso nos referindo à direção de um ciclo de mudanças que parece positivo e desejável, em alguns domínios da nossa vida” (9). Porém o suceder natural é espontâneo, ou seja, ocorre sem a intervenção de um agente diretor, como no caso dos projetos humanos em que a intenção de quem desenha surge guiando o que acontece.
Então, se olharmos para quando falamos de progresso, o que nós encontramos é que tem a ver sempre em último termo com situações onde queremos alargar as condições de possibilidade para o nosso bem-estar pessoal ou coletivo. Não tem a ver com a inovação a todo custo, com a mudança pela mudança. Não, as pessoas querem avançar no caminho da conservação de seu bem-estar. E se o amor orienta e organiza a nossa convivência democrática, o progresso será um resultado espontâneo que irá surgindo sem esforço em torno da conservação da dinâmica do amor e do respeito mútuo, que combina a matriz relacional de nosso conviver. Um conviver ético no qual nos importa o que acontece com os outros, porque nos importam estes outros, e iremos gerando as condições para o seu bem-estar com a consciência e compreensão de que o bem-estar de todos é o bem-estar de cada um e vice-versa, sem contradições. Nosso bem-estar passa pelo bem-estar de outros, porque todos somos parte da mesma rede que sustenta a nós todos. Não há contradição entre o individual e o coletivo, pelo menos não em nossa origem, porém, se nós a criamos, foi em nossa história cultural.
Mas como é possível que esses relacionamentos na amorosidade originária do bem-estar tenham se transformado em linhagens de convivência patriarcal-matriarcal geradoras de dor e sofrimento? Mude o que se conserva, e então todo o resto também muda. Em algum momento pusemos no centro a desconfiança, a apropriação, o controle, a dominação e a subjugação. O que mudou foram os espaços de confiança, colaboração e co-inspiração, sendo relegados em nosso habitar a algumas redes de conversações. Mas cada um de nós tem o que é preciso para viver. Um viver que se funda sobre a condição fundamental de sermos seres amorosos.
Seres orientados a apreciar o compartilhar e a curiosidade reflexiva. Seres que ampliam sua inteligência e criatividade ao tecer convivências com outros padrões de relacionamento, onde tudo o que importa é o que acontece com o outro. Seres que criam espaços onde se desfrutam da proximidade física, psíquica e relacional com os outros.
Talvez a pergunta mais poderosa que cada um pode fazer na privacidade da sua consciência reflexiva tem a ver com o que distingue querer conservar em seu viver e conviver. Bem como aquelas perguntas que estão relacionados com a forma de como fazemos o que fazemos, de que modo vivemos como vivemos, seja com a dor ou o bem-estar em seu viver.
Por quê? Porque o viver dos seres vivos é guiado por seus desejos. E então tudo vai estar aberto a mudanças em torno do que queremos conservar.
E entender as diretrizes sobre como nós fazemos o que fazemos nos permitirá ver-nos, enxergar nossas armadilhas e sair delas.
Que beleza poder contar com esta grande confiança básica a que nos convidam Humberto Maturana e Ximena Dávila, a confiança de que, de fato, somos seres amorosos.
De todo o meu coração, desejo que em um dia, oxalá bem próximo, este belo país que o Brasil é, seja capaz de co-inspirar uma Assembléia Constituinte, onde se converse sobre os caminhos pragmáticos no qual os cidadãos poderão realizar uma convivência inspirada em seu velho lema: “Ordem, Progresso e Amor “.  [1]
Ignacio Muñoz Cristi
Antropólogo y Consultor
Abril 2010
Íntegra do texto enviado por Ignacio Muñoz em espanhol:

[1] O lema Ordem e Progresso na bandeira do Brasil é inspirado pelo lema deAuguste Comte do positivismo: L'amour pour principe et l'ordre pour base; le progrès pour but ("Amor como princípio e ordem como base; o progresso como meta"). Foi colocado, pois várias das pessoas envolvidas no movimento que depôs a monarquia e proclamaram o Brasil República eram seguidores das ideias de Comte.[4]



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Atenciosamente.
Claudio Estevam Próspero 
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