sexta-feira, 2 de julho de 2010

Papagallis e Ignacio Muñoz Cristi: a 'multidão que habita em mim' agradece a 'multidão que habita em cada um dos participantes' do evento: Reflexões Consensuais com Ignacio Muñoz Cristi






          Foi uma noite de conversações prazerosas, orquestradas pelo maestro Ignacio Muñoz Cristi.

         Um conceito que resume minha percepção do encontro: 

Cooperar = Operar com:  a essência da Cibernética da Natureza,  a Linguagem da Comunicação do Viver = Substituir a Luta pela Sobrevivência pela Dança da Convivência. Se nós, a Humanidade, recuperarmos esta Sabedoria, que Existe em todo Ser Vivo, conseguiremos construir a Melhor Sociedade, ao invés da luta inglória de milênios, para Melhorar a Sociedade.



Reflexões Consensuais com Ignacio Muñoz Cristi


Date:
Thursday, July 1, 2010
Time:
7:00pm - 10:00pm
Location:
Papagallis
Street:
Rua Cubatão, 436, cj 31 - Vila Mariana
City/Town:
São Paulo, Brazil

Description


A Papagallis realizará um encontro conduzido pelo antropólogo chileno Ignacio Muñoz Cristi para vislumbrar as tendências fundamentais da encruzilhada cultural que estamos atravessando atualmente no mundo. Também serão investigadas as condições e possibilidades para a realização pessoal.

Ignácio atuou no Instituto MatriZtico (2004-2010) colaborando diretamente com o Prof. Humberto Maturana e Ximena Dávila. Tem formação em Psicoterapia Ericksoniana no CEM (México 2002-2003) e participou en cursos de PNL con Jhon Grinder (1997) e de Hipnoterapia com Betty Alice Erickson (2003). Atualmente é Consultor Associado da Papagallis.

Este encontro poderá ser um instante para interrompermos nosso fluxo e refletirmos sobre si mesmo/mesma. Um encontro para conhecermos as bases dos fundamentos biológico-culturais do humano.

ABORDAGEM TEMÁTICA

Um entrelaçamento de distinções sobre a biologia do conhecer e sobre a biologia do amar através de fundamentos da matriz biológico-cultural da existência humana, fundamento epistemológico unitário a partir do qual surgem distinções e provocações reflexivas.

Event Information

·         This is a public event. Anyone can see the event, RSVP, or invite others to this event.

Admins

·         Luiz Algarra (PUC-SP) (creator)


__________________________________________________



         Além de Humberto Maturana e Ximena Dávila, identifiquei a presença, na Noosfera [1] do encontro de:




·         Pierre Lévy - http://pt.wikipedia.org/wiki/Pierre_Lévy  (História humana, conforme alguns conceitos de Pierre Levy - http://escoladeredes.ning.com/profiles/blogs/historia-humana-conforme )


·         Norbert Wiener -  http://pt.wikipedia.org/wiki/Norbert_Wiener   / William Ross Ashby - http://pt.wikipedia.org/wiki/William_Ross_Ashby  /  Anthony Stafford Beer - http://pt.wikipedia.org/wiki/Stafford_Beer  ( Cibernética - http://pt.wikipedia.org/wiki/Cibernética )



[1] Noosfera

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

A Noosfera pode ser vista como a "esfera do pensamento humano", sendo uma definição derivada da palavra grega νους (nous, "mente") em um sentido semelhante à atmosfera e biosfera.

[editar]Conceito

Na teoria original de Vernadsky, a noosfera seria a terceira etapa no desenvolvimento da Terra, depois da geosfera (matéria inanimada) e da biosfera (vida biológica). Assim como o surgimento da vida transformou significativamente a geosfera, o surgimento da conhecimento humano, e os conseqüentes efeitos das ciências aplicadas sobre a natureza, alterou igualmente a biosfera.
O conceito da noosfera é atribuído ao filósofo francês Teilhard de Chardin. Segundo ele, assim como há a atmosfera, a geosfera e biosfera, existe também o mundo ou esfera das idéias, formado por produtos culturais, pelo espírito, linguagens, teorias e conhecimentos. Seguindo esta linha de pensamento, alimentamos a noosfera quando pensamos e nos comunicamos. A partir de então, o conceito de noosfera foi revisto e conseqüentemente sendo previsto como o próximo degrau evolutivo de nosso mundo, após sua passagem pelas posteriores transformações de geosfera, biosfera, "tecnosfera" (temporária e em andamento) e, então, a noosfera.

[editar]Ver também



A Wikipédia possui o:
Portal de Filosofia


Este artigo sobre Filosofia / filósofo 




Para experimentar mais, guiados pelo maestro Ignacio Muñoz Cristi:

Bio-Culturalia

Biología-Cultural somos Todos



















Uma “degustação” proporcionada pelo “craque” em aprendizagem informal, conversações e redes sociais, Luiz Algarra:






Posted 23/04/2010
Filed under:
 artigos | Tags: ignacio amar |

Por que me parece tão bom para a saúde (das pessoas e do país) que se façam encontros como Diálogos Incertos? Porque este tipo de convite envolve a bela simplicidade do complexo.
A complexidade não é algo em si mesmo, ela refere-se aos processos tão densamente povoados de distinções possíveis em que o observador não compreende a configuração relacional que constitue estes processos.
Identificar a complexidade de algo diz mais sobre a ignorância do observador neste contexto do que a natureza do que se quer discutir. E assim está, pronto!
Por outro lado, a simplicidade também não é algo em si, implica uma visão sistêmica recursiva, saber olhar para as interconexões que entrelaçam as coerências e regularidades do fenômeno que se distingue de modo a ser possível abstrair os processos genéricos que a constituem. Simples não é o mesmo que simplório.
Então eu quero celebrar a boa recepção dada ao convite para a simplicidade do encontro humano entre os participantes dos diálogos incertos. Sem expectativas (ou com quase nenhuma), sem exigências, sem frustrações por não viver o que não foi vivido, sem foco em resultados, mas sim no processo, o processo de se encontrar conversando, girando juntos na reflexão.
É verdade, houve um eixo, que inclusive foi declarado, a Biologia Cultural (2), mas esta não foi imposta, nem foi vivida como palestra ou uma aula, foi simplesmente uma alavanca de provocação, um vetor em torno do qual giramos.
E de fato a Biologia Cultural se presta perfeitamente para este tipo de encontro em ambientes de aprendizagem informal, onde o principal é desfrutarmo-nos no respeito mútuo e no encantamento de nos ouvirmos uns aos outros.
A confiança e a aceitação mútuas (Biologia do Amar) consolidam uma base poderosa, que garante continuamente nas comunidades as possibilidades de realização da dimensão social. Confiança e a aceitação mútua têm uma presença fundamental, mesmo que geralmente não sejam percebidas.
Acontece que nós não as percebemos, é transparente para nós, como a água é para o peixe, mas sem esta base simplesmente não é possível a convivência de um país, cidade, clube, família ou casal.
Pois estas dinâmicas amorosas nutriram os Diálogos Incertos tornando possível que o simples fosse profundo, que as pessoas se sentissem inspiradas a se verem e ouvirem no calor deliciosamente “doce” das conversações e dos aquários reflexivos.
Houve até quem que se encorajou para compartilhar segredos pessoais, coisa que acontece apenas no acolhimento de um ambiente de mútuo respeito.
E toda essa intimidade partilhada é a marca de um genuíno espaço conversacional, gerador de bem-estar e aprendizagem sem esforço, com prazer, o prazer de permitir a proximidade corporal e psíquica. Algo que nos dias de hoje faz muita falta nas escolas, universidades e empresas de todos os tipos.
Bem, gostaria de refletir agora acerca de uma das coisas que mais apreciei descobrir naquela conversação, o fato de que antigamente haveria um terceiro elemento no lema do escudo pátrio do Brasil que, como todos sabem é: “ORDEM E PROGRESSO”, mas que um dia poderia ter sido “ORDEM, PROGRESSO E AMOR”. Que plena maravilha! E como evoca o ethos do espírito brasileiro!
Esta revelação surgiu no contexto de uma explicação na qual eu dizia de um aspecto cultural que encontramos hoje em todo o mundo, o conhecimento humano como algo que traz poder, sustentado pela objetividade como argumento final para obrigar outros a fazerem o que alguns desejam.
E mencionei neste contexto quão profundamente alienante e alienado me parecia o lema pátrio do Chile: “Pela Razão ou pela Força.” Porque no fundo o que quer dizer este lema é: “Não importa a partir do que, mas cumpra-se a minha vontade.”
O lema esconde um grande número de hipóteses de ambígua formulação: Que razão? A razão de quem? Em favor de quem? “Força contra quem, para dentro ou para fora do país? etc,
Seja então, “minha razão e minha força”, melhor dizendo, uma imposição absoluta disfarçado de aparente razoabilidade, sempre aplicada por uma autoridade responsável.
Eu preferiria o lema: “Pela razão ou pela Poesia”, que resume numa visão do que eu gostaria que fosse o Chile: Uma república verdadeiramente democrática, onde se pudesse deixar de usar a razão como argumento para obrigar, e se deixaria de usar a força quando a razão falhasse em seus objetivos, de modo que a poesia, atuaria como um mecanismo gerador de um convite co-inspirador, capaz de trazer-nos à mão novas oportunidades de consenso e conexões cívicas onde hoje não existem.
E como bem disse o professor Maturana em uma reflexão sobre o assunto: “Na convivência democrática, a razão e a força não são argumentos para obrigar, mas sim instrumentos de ação para alcançarmos um objetivo comum, que não é nada menos que a convivência na vida democrática “(4). Ok, então eu queria enfatizar que, para além do óbvio, incluir o AMAR no lema do Brasil, para mim é algo muito poderoso, evocando agora uma deriva profundamente democrática. Vejamos isto por partes.
Antes de mais nada, se me deixassem brincar gostaria de propor que o AMAR viesse primeiro: “Amar, Ordem e Progresso”, como propõe Ximena Dávila a respeito da biologia do amor, ativaríamos a palavra tornando-a um verbo e não um substantivo. Na abstração do amar feita por Maturana no âmbito das condutas possíveis, podemos constatar que se constitui como: “o campo de todos os comportamentos em que eu, outros e os outros aparecem como legítimo outro na convivência com um.”
Então não se trata de um comportamento específico, podemos realizar qualquer fazer a partir do amar, se dadas as condições adequadas. Sem a ampliação da aceitação mútua do amar, a linguagem não poderia ter surgido em nossa linhagem evolutiva, e é ao redor da conservação de um viver centrado no amar que se conduziu a história das transformações da humanidade, especialmente antes da ascensão da cultura patriarcal-matriarcal (cerca de 10 mil anos atrás). Mesmo assim seguimos sendo até hoje sendo Homo Sapiens-Amans(5), e as pessoas que adoecem e morrem estão vivendo permanentemente em um desamor que as nega.
Sem dúvida alguma, o mais importante nas sociedades anteriores ao período ao patriarcado/matriarcado era o amar com uma dinâmica espontânea. Em uma sociedade democrática moderna isto não poderia faltar, ou viveríamos em um regime autoritário ou monárquico, em que nem todos são considerados pessoas ou cidadãos. E não falo aqui da democracia como sistema eleitoral e político, mas como o campo cotidiano relacional que surge apenas no respeito mútuo. Como gosta de dizer Maturana : “A democracia é uma obra de arte de todos os dias.”
Neste sentido, incluir a palavra amor no lema pátrio é um convite explícito à ética cívica. Então, O que acontece com a ordem? Em nossa atual geocultura costumamos entender a ordem em termos de uma dinâmica que é estabelecida através da obediência à autoridade. Uma dinâmica demanda o controle, e que pressupõe que a cidadania não é confiável sem a supervisão dos agentes da ordem. Entretanto, assim como ocorre em qualquer sistema, a ordem é uma propriedade emergente de suas coerências estruturais e operacionais.
A tão mencionado auto-organização é um pleonasmo, pois em um sentido estrito, todo o sistema é auto-organizado, no sentido de que sua identidade é constituída pelas relações que constituem a sua organização estrutural. Qualquer sistema físico, biológico, cultural, etc, é como é de acordo com sua estrutura, e se pode fazer nele e com ele apenas o que sua estrutura permitir.
Devemos aqui fazer uma distinção entre o controle entendido nesses termos, que envolve a emoção de desconfiança, e os cuidados com a observação dos processos que envolvem os chamados mecanismos de controle de, por exemplo, uma linha de produção.
Não se trata de laissez faire (delargar), mas sim de entender que, no social, onde as pessoas sabem o que fazer, podem fazê-lo sem serem monitoradas, pois as coerências do próprio fazer determinam os meios para sua realização. A ordem é um comentário que, como observadores, fazemos quando vemos o fluxo do processo de acordo com a constituição relevante que os define. E não é preciso agentes da ordem para isto, na melhor das hipóteses, como no caso de um maestro, um observador para coordenar a oportunidade e sinergia das emoções a partir das quais aqueles fazem o que é feito, sempre no rumo das coordenações consensuais.
Então, em uma sociedade que vive explicitamente na ética cívica e que coloca em seu centro o amar, a ordem vai simplesmente emergindo a partir desse pano de fundo que preserva as relações democráticas, como acontece, por exemplo, em todas as comunidades que surgem a partir da colaboração com fins humanitários. No Chile, por ocasião do terremoto, diversas pessoas organizaram grupos para auxiliar de diferentes formas as pessoas afetadas, e entre eles não era preciso uma autoridade. Inclusive tudo se organizava com poucas reuniões já que todos sabiam, compreendiam e agiam de acordo com um projeto comum que era o que orientava suas ações.
O Projeto Comum(6) funciona como uma matriz de relações onde os desejos de todos podem surgir e ter presença em um âmbito social ou profissional concreto em que se realizam. Se a deriva evolutiva está guiada pelos desejos e preferências dos seres vivos em geral e dos seres humanos em particular, o Projeto Comum é a matriz relacional das coerências operacionais que definem a ordem e a orientação das redes de conversações que constituem a cultura de uma comunidade. Na Matríztica trabalhávamos com organizações e comunidades em torno da configuração reflexiva do Projeto Comum para harmonizar um viver ético no bem estar (7), e encontramos sempre o poder de ordem espontânea, que é onde a maioria vive em uma comunidade,vivendo conscientemente seu Projeto Comum e a centralidade da ética na sua implementação e conservação.
Bem, finalmente um par de idéias sobre o progresso e o progressismo. Como nos tem mostrado Humberto Maturana em sua reformulação explicativa sobre a evolução (8), esta é o resultado de um processo de deriva estrutural natural. A deriva natural é um processo que não tem um sentido, não vai a lugar nenhum, mas chega aonde chega seguindo ao longo do trajeto do que é conservado. E o viver de um organismo ocorre como um fluxo contínuo de mudanças estruturais que mantêm tanto sua organização como sua adaptação ao seu ambiente. Mas isto não tem nada a ver com o acaso, isso é outra noção que, como os observadores, estabelecemos quando não sabemos o que vai acontecer. Apenas acontece a cada momento o que poderia acontecer de acordo com as coerências sistêmicas envolvidas
No entanto nós, como humanos, seres que habitam na reflexão, quando distinguimos as coerências operacionais do domínio em que se dá nossa deriva, podemos imaginar diversas direções possíveis. Você vive o que você pode viver no momento em que vive, em um sentido estrito, biologicamente não existem alternativas, os seres vivos deslizam no viver conservando seu próprio viver.
Os seres humanos podem refletir e se perguntar do que gostamos e do que não. E é aqui onde surge a questão do progresso, mas isso não faz parte da vida biológica, mas sim de um aspecto de um habitar cultural próprio da humanidade, esta é uma observação que fazemos sobre a conveniência de seguir as orientações derivadas de nosso próprio viver. Como dizem Humberto e Ximena : “Conversamos sobre progresso nos referindo à direção de um ciclo de mudanças que parece positivo e desejável, em alguns domínios da nossa vida” (9). Porém o suceder natural é espontâneo, ou seja, ocorre sem a intervenção de um agente diretor, como no caso dos projetos humanos em que a intenção de quem desenha surge guiando o que acontece.
Então, se olharmos para quando falamos de progresso, o que nós encontramos é que tem a ver sempre em último termo com situações onde queremos alargar as condições de possibilidade para o nosso bem-estar pessoal ou coletivo. Não tem a ver com a inovação a todo custo, com a mudança pela mudança. Não, as pessoas querem avançar no caminho da conservação de seu bem-estar. E se o amor orienta e organiza a nossa convivência democrática, o progresso será um resultado espontâneo que irá surgindo sem esforço em torno da conservação da dinâmica do amor e do respeito mútuo, que combina a matriz relacional de nosso conviver. Um conviver ético no qual nos importa o que acontece com os outros, porque nos importam estes outros, e iremos gerando as condições para o seu bem-estar com a consciência e compreensão de que o bem-estar de todos é o bem-estar de cada um e vice-versa, sem contradições. Nosso bem-estar passa pelo bem-estar de outros, porque todos somos parte da mesma rede que sustenta a nós todos. Não há contradição entre o individual e o coletivo, pelo menos não em nossa origem, porém, se nós a criamos, foi em nossa história cultural.
Mas como é possível que esses relacionamentos na amorosidade originária do bem-estar tenham se transformado em linhagens de convivência patriarcal-matriarcal geradoras de dor e sofrimento? Mude o que se conserva, e então todo o resto também muda. Em algum momento pusemos no centro a desconfiança, a apropriação, o controle, a dominação e a subjugação. O que mudou foram os espaços de confiança, colaboração e co-inspiração, sendo relegados em nosso habitar a algumas redes de conversações. Mas cada um de nós tem o que é preciso para viver. Um viver que se funda sobre a condição fundamental de sermos seres amorosos.
Seres orientados a apreciar o compartilhar e a curiosidade reflexiva. Seres que ampliam sua inteligência e criatividade ao tecer convivências com outros padrões de relacionamento, onde tudo o que importa é o que acontece com o outro. Seres que criam espaços onde se desfrutam da proximidade física, psíquica e relacional com os outros.
Talvez a pergunta mais poderosa que cada um pode fazer na privacidade da sua consciência reflexiva tem a ver com o que distingue querer conservar em seu viver e conviver. Bem como aquelas perguntas que estão relacionados com a forma de como fazemos o que fazemos, de que modo vivemos como vivemos, seja com a dor ou o bem-estar em seu viver.
Por quê? Porque o viver dos seres vivos é guiado por seus desejos? E então tudo vai estar aberto a mudanças em torno do que queremos conservar.
E entender as diretrizes sobre como nós fazemos o que fazemos nos permitirá ver-nos, enxergar nossas armadilhas e sair delas.
Que beleza poder contar com esta grande confiança básica a que nos convidam Humberto Maturana e Ximena Dávila, a confiança de que, de fato, somos seres amorosos.
De todo o meu coração, desejo que em um dia, oxalá bem próximo, este belo país que o Brasil é, seja capaz de co-inspirar uma Assembléia Constituinte, onde se converse sobre os caminhos pragmáticos no qual os cidadãos poderão realizar uma convivência inspirada em seu velho lema: “Ordem, Progresso e Amor “.
Ignacio Muñoz Cristi
Antropólogo y Consultor
Abril 2010
Íntegra do texto enviado por Ignacio Muñoz em espanhol:
1- “¿Como um encontro espontâneo pode ser organizado? Esta foi a pergunta que disparou nossas ações para promovermos os Diálogos Incertos, evento realizado durante todo o dia 16 de abril no Espaço Terra, em Embu das Artes, São Paulo. 2010.” Por Papagallis y Traveland. Ver más en: http://papagallis.com.br
2- El Instituto de Formación Matríztica (2000-2010/ Hoy Escuela Matríztica de Santiago) es una institución co-fundada por el biólogo chileno Dr. Humberto Maturana y la profesora Ximena Dávila, es un centro de clase internacional en el que fue desarrollada la comprensión Biológico-Cultural de lo humano y desde donde se ha difundido a una diversidad de países y en colaboración con diferentes instituciones. www.matriztica.org
3 – Tiempo después de pensar este nuevo lema como un poema en si mismo, descubrí que el gran poeta
chileno Pablo Neruda, ya había inventado el mismo verso, al respecto invito a ver la historia en mi Blog de poesía: http://bellezadenopensar.blogspot.com/2008/02/por-la-razn-o-la-poesa-me-plagiaron.html
4- El texto completo estaba anteriormente en el Web de Matríztica, yo lo reproduje en el Blog ya mencionado, se lo puede ver en: http://bellezadenopensar.blogspot.com/2008/01/por-la-razn-o-la-poesa.html
5- Para profundizar en esto sugiero leer el capitulo I de: Maturana, H., Dávila, X. “Habitar Humano en seis ensayos de Biología-Cultura”. JC-Sáez Editor. Chile, 2008. Hay versión portuguesa editada por Palas Athena en 2009.
6- Esta noción y su comprensión fueron creados por Dávila y Maturana , ver: Dávila, Y., Maturana, R. “La gran oportunidad: fin de la psiquis del liderazgo en el surgimiento de la psiquis de la gerencia co-inspirativa”. En Revista: Estado, Gobierno, Gestión Pública. No 10. Año 2007.
7- Los fundamentos del Arte y Ciencia del trabajo con organizaciones realizado por el equipo del Instituto Matríztico fue creado por Ximena Dávila y Humberto Maturana, y llamado primero “Entendimiento Matríztico Organizacional” y luego “Ethical-Scope” (Visión-Acción Ética). Nosotros en Muñoz & Lehuedé Asociados trabajamos también desde este fundamento.
8- Maturana, H.R., J. Mpodozis. Origen de las Especies por Medio de la Deriva Natural, Publicacion Ocasional N. 46. Museo Nacional de Historia Natural. Santiago, Chile.2000. (revista chilena de Historia Natural. 73: 261-310.)
9- Tomado de: Dávila, Y., Maturana, R. “La gran oportunidad: fin de la psiquis del liderazgo en el surgimiento de la psiquis de la gerencia co-inspirativa”. Op. Cit.
5 comentários até agora
1.    http://1.gravatar.com/avatar/164c224dd4ec03e50ffced9b3d54f0f0?s=16&d=identicon&r=Glalgarra on 23/04/2010
Texto bastante desafiador, mas belíssimo. Creio que Ignacio esteve realmente satisfeito em estar conosco neste encontro, sem dúvida.
Quanto o dístico de nossa bandeira, cabe aqui a história:
As duas palavras de nossa bandeira, “ordem” e “progresso”, são de inspiração positivista. Com efeito, Augusto Comte resumiu sua doutrina positiivista com três palavras, fundamentos de seu sistema filosófico, escritas com iniciais maiúsculas: “O Amor por princípio, e a Ordem por base; o Progresso por fim”.
A Bandeira Brasileira foi um projeto de Teixeira Mendes, com a colaboração de Miguel Lemos. O projeto foi aprovado em 19 de novembro de 1889, através do Decreto nº 4.
A legenda, escrita em verde, “Ordem e Progresso”, é um resumo do lema de Auguste Comte, criador do Positivismo, do qual Teixeira Mendes era adepto.
O lema completo era “o amor por princípio e a ordem por base; o progresso por fim.” Segundo o próprio Teixeira Mendes, o objetivo do lema era mostrar que a revolução “não aboliu simplesmente a monarquia”, mas que ela aspirava “fundar uma pátria de verdadeiros irmãos, dando à Ordem e ao Progresso todas as garantias que a história nos demonstra serem necessárias à sua permanente harmonia.”
O músico e compositor Jards Macalé chegou a levantar uma discussão para a fundação de um movimento que resgataria o AMOR à nossa bandeira, mas não teve ressonância. Chegou a lançar um disco com este título: AMOR, ORDEM E PROGRESSO.
2.    http://1.gravatar.com/avatar/5b087c177c93eb03ef97522337d42530?s=16&d=identicon&r=GBio-Culturalia on 23/04/2010
Obrigado pela audaz traducción Luiz.
[...] Pueden encontrar la traducción al portugués realizada por Luiz Algarra en el blog de Diálogos Inciertos aquí:  http://dialogosincertos.wordpress.com/2010/04/23/carta-aberta-aos-participantes-dos-dialogos-incerto… [...]
4.    http://0.gravatar.com/avatar/0e62d26d81d41d7ccfaac3e54f5a3ac7?s=16&d=identicon&r=Gnarbocz on 23/04/2010
Bem, acho um perigo teorizarmos demais, mas não resisto em acrescentar as minhas palavras.
Trocar o lema do Chile para “Pela razão ou pela Poesia” seria ótimo! Já que pela força – ficou bem provado – gera-se dor, sofrimento, mutila-se o que é sagrado – e desperta-se, não raro, uma força mais bruta ainda.
Ter o Amor no lema brasileiro seria ótimo também, desde que se possa dissociar esta palavra do ‘amor romântico’ cheio de expectativas, dependência e cobranças ou do amor excessivo, que faz a pessoa ou controlar demais ou se anular demais, gerando abusos em ambos os casos. (Até para evitar todas estas conotações, eu tenho usado mais a palavra ‘amorosidade’ quando me refiro ao querer bem uns aos outros).
Amor em excesso torna a pessoa incapaz de se defender ou de colocar limites sadios quanto a sua interferência na vida do outro. (Quem não conhece uma mãe controladora demais? Ou uma pessoa que ‘por amor’ tolera uma relação que a oprime?).
Amor também pode ser degenerativo. Leva um tempo enorme na vida para se aprender isto! Mas é a pura verdade. Quem quiser entender mais esta visão, recomendo ler Power and Love do Adam Kahane. A versão brasileira vai ser lançada mês que vem.
Fez muito bem em lembrar, Algarra que o lema todo é “o amor por princípio e a ordem por base; o progresso por fim.” Assim, teríamos equilíbrio entre razão e emoção, talvez? Se nos dividimos só em razão, sofremos. Se só em emoção sofremos também.
Este é um ponto a se observar. Amor e auto-estima devem caminhar juntos, para o bem de cada um e o bem de todos.

E resilência para voltarmos para nossa base amorosa, tratem-nos como nos tratar, também.

Quem quiser apoiar o Movimento “Bota Amor nesta Bandeira” tem esta chance aqui: http://www.botaamornessabandeira.com.br/
5.    http://0.gravatar.com/avatar/0e62d26d81d41d7ccfaac3e54f5a3ac7?s=16&d=identicon&r=GNF_Arbocz (Sa) on 23/04/2010
Outro ponto, Ignácio aponta como se engendraram, ao longo da história, sistemas dominadores, sejam patriarcais ou matriarcais, colocando no centro a desconfiança, a apropriação, o controle, a dominação e o subjugo. (“Mude o que se conserva, e então todo o resto também muda” – gostei muito disto!).
Talvez isto tenha ocorrido por excesso de amor? Patriarca ou matriarca amavam tanto o seu grupo que acreditavam ter que ‘controlá-lo’, ‘protegê-lo’, para manter o bem estar de todos? E ainda acreditavam que podiam impor seu modo de vida a outros povos e culturas ‘bárbaras’… ‘para o bem deles’? Este tipo de visão justificou agredir e agressão feita, gerou-se medo, desconfiança e mais agressões… (Raros são os exemplos de povos que toleraram a violência e abusos e os venceram de modo pacífico).
Por que líderes dominadores surgiram e foram seguidos? Acredito, porque, no passado, poucos eram educados e preparados para agir com liberdade de escolha. E poucos eram educados para a tolerância e aceitação do diferente e para inibir em si próprio, suas tendências egoístas. Faltou espaço para amadurecimento (Winnicott dá explicações muito boas para isto); para crescer com visão sistêmica, se percebendo como parte de um todo interconectado.
Quem criou filhos, sabe que todo bebê é EGOísta. Tem dificuldade de perceber o outro, de saber dividir. Acha as suas necessidades mais urgentes de que as de todos os outros. Na primeira infância educam-se estas tendências. Ensina-se a respeitar o que é do outro e a respeitar o outro. A ser gentil, a agradecer e a preocupar-se com o bem estar de todos. E mesmo depois de todo este trabalho, uma sociedade violenta demais ou egoísta demais pode estragar a educação dada em casa…
Só para ilustrar, meu filho, quando tinha 7 anos, ofereceu dividir o lanche com um coleguinha de classe que esqueceu a lancheira em casa. O menino pegou a metade do sanduíche dada e a jogou no lixo, dizendo “eu não pedi sua ajuda”… Acreditam? Um ser tão jovem com tanto orgulho!
Na sociedade em que vivemos, é preciso bastante empenho para formar filhos com valores mais colaborativos e comunitários. E ainda fortalecê-los para disseminar isto no convívio fora de casa, em vez de se render ao individualismo dos demais.
Além de ensinar a solidariedade, é preciso ensinar a tolerância e resiliência, como eu disse no comentário anterior.
Dar amor requer sabedoria e força interior para não levar para o lado pessoal respostas negativas inesperadas…
A humanidade atravessou eras terríveis. Fico feliz por sentir uma nova era, de equilíbrio entre razão/emoção, poder/amor surgindo.

+ Informações:


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Quem somos (Papagallis)

A Papagallis é uma empresa dedicada a pessoas que trabalham pelo bem-estar humano na realização pessoal-profissional de empresas e organizações.
NOSSA HISTÓRIA
A Papagallis foi criada a partir do desejo de pesquisarmos profundamente os processos de conhecimento e aprendizado das pessoas em seus grupos, comunidades e empresas.
Queríamos realizar algo que não havíamos ainda encontrado em nossas carreiras de comunicação ou tecnologia. Algo que nem o vídeo, nem a televisão, nem a internet e nem a educação tradicional poderiam oferecer: liberdade e autonomia nos processos de organização em rede dos seres humanos. Hoje somos quatro pessoas que operam projetos de aprendizagem informal, conversações e redes sociais.

QUEM QUEREMOS AJUDAR
·         Pessoas que trabalham pelo bem-estar humano na realização pessoal-profissional de empresas e organizações.
·         Pessoas que lideram, façam gestão ou administrem processos que envolvam outros seres humanos.
·         Profissionais com poder de decisão que buscam novos processos de incentivo à formação de redes e alternativas aos modelos de aprendizagem tradicionais.
·         Pessoas que pesquisam, por interesse, curiosidade ou necessidade, os processos de conhecimento e aprendizado das pessoas em seus grupos, comunidades e empresas.
·         Pessoas determinadas a ampliar seus conhecimentos, que precisam de conexões e incentivo para vivenciar seus aprendizados, despertando para o que a vida tem de melhor
·          
COMO PODEMOS AJUDAR
·         Partimos sempre do interesse e espontaneidade dos seres humanos.
·         Organizamos contextos de conversação em pequenos e grandes grupos, em encontros especiais ou entrelaçados no cotidiano de trabalho.
·         Aproveitando e ampliando os períodos e espaços de intervalo das pessoas em seu dia-a-dia, geramos encontros para que as pessoas possam construir recursivamente seus fluxos de entendimento e coordenação auto-organizada.
·         Mantemos uma conversação com as lideranças no sentido de ampliar a visão dos decisores em relação aos processos de aprendizado, comunicação e rede de suas equipes.
·         Indicamos meios digitais de conversação como extensões naturais do acoplamento entre as pessoas, blogs, redes sociais, twitter, wikis podem ser espaços de expressão e encontro de uma comunidade disposta a interagir.
·         Participamos de projetos voluntários e comerciais, de acordo com nossa disponibilidade e interesse.
NOSSOS RESULTADOS
Os resultados naturais de nosso trabalho apontam para o que pode haver de mais especial em um grupo, quando seus membros conservam o respeito mútuo e a ética humana, conservando tempo e oportunidades recorrentes para se acoplarem no que se propõe a fazer de melhor, seja viver, produzir ou aprender.

·                   Nosso trabalho  (Papagallis)

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