Car@s.
Tenho recebido vários textos fazendo a relação, em tom pejorativo, entre o Programa Bolsa Família e o chamado “Socialismo Real”, aquele experimentado em países como China, Coréia do Norte, República Democrática (!) da Alemanha, União Soviética, que acredito seria mais bem conceituado como Capitalismo de Estado, com os bolcheviques como Classe Dominante, a que controla o Estado, no caso, a tão falada Nomenklatura (Ver: http://pt.wikipedia.org/wiki/Nomenklatura) . Geralmente os Capitalismos de Estado derivam de conquistas militares do Poder , ou seja, pela força das armas e não dos votos. [1]
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[1] Desde já, estabeleço minha posição sobre o assunto, para que conheçam meus “filtros pessoais de percepção” sobre o tema, nos termos definidos nos conceitos da PNL (Programação Neurolingüística [2]) sobre a capacidade humana de conhecer algo. E suas limitações, derivadas de:
· Crenças não reavaliadas
· “Pré – conceitos”
· Valores não ajustados às alterações econômico / político / psicológicas / sociais de uma coletividade humana, ao longo de sua história
[2] Neurolinguística
Neurolingüística é a ciência que estuda a elaboração cerebral da linguagem. Ocupa-se com o estudo dos mecanismos do cérebro humano que suportam a ...
pt.wikipedia.org/wiki/Neurolinguística
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A Programação Neurolinguística (ou simplesmente PNL) é um conjunto de modelos, axiomas e crenças que seus praticantes utilizam visando principalmente ao ...
pt.wikipedia.org/.../Programação_neurolinguística
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"A Neurolingüística é, sem dúvida, um dos campos mais recentes da Lingüística. Para se ter uma idéia, no Brasil, ela aparece como disciplina de curso de ...
www.unicamp.br/iel/.../neurolinguistica.htm
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"Programação Neurolinguística" é uma expressão um tanto obscura que na ...... aqueles de nós que praticamos a Programação Neurolinguística ou PNL, ...
www.arapongas.pr.gov.br/downloads/APOSTILA%20TUNICO.pdf
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Uma das manias que eu tenho, isto dá até música (rs rs rs rs ), é refletir sobre os interesses implícitos no que leio, ouço, vejo.
Segue uma das mensagens que provocou minha mania e serviu de base para reflexões, compartilhadas abaixo da mensagem:
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Um experimento socialista
Um professor de economia na universidade Texas Tech disse que ele nunca reprovou um só aluno antes, mas tinha, uma vez, reprovado uma classe inteira.
Esta classe em particular tinha insistido que o socialismo realmente funcionava: ninguém seria pobre e ninguém seria rico, tudo seria igualitário e 'justo. '
O professor então disse, "Ok, vamos fazer um experimento socialista nesta classe. Ao invés de dinheiro, usaremos suas notas nas provas."
Todas as notas seriam concedidas com base na média da classe, e portanto seriam 'justas. ' Isso quis dizer que todos receberiam as mesmas notas, o que significou que ninguém seria reprovado. Isso também quis dizer, claro, que ninguém receberia um "A"...
Todas as notas seriam concedidas com base na média da classe, e portanto seriam 'justas. ' Isso quis dizer que todos receberiam as mesmas notas, o que significou que ninguém seria reprovado. Isso também quis dizer, claro, que ninguém receberia um "A"...
Depois que a média das primeiras provas foram tiradas, todos receberam "B". Quem estudou com dedicação ficou indignado, mas os alunos que não se esforçaram ficaram muito felizes com o resultado.
Quando a segunda prova foi aplicada, os preguiçosos estudaram ainda menos - eles esperavam tirar notas boas de qualquer forma. Aqueles que tinham estudado bastante no início resolveram que eles também se aproveitariam do trem da alegria das notas. Portanto, agindo contra suas tendências, eles copiaram os hábitos dos preguiçosos. Como um resultado, a segunda média das provas foi "D".
Ninguém gostou.
Ninguém gostou.
Depois da terceira prova, a média geral foi um "F".
As notas não voltaram a patamares mais altos, mas as desavenças entre os alunos, buscas por culpados e palavrões passaram a fazer parte da atmosfera das aulas daquela classe. A busca por 'justiça' dos alunos tinha sido a principal causa das reclamações, inimizades e senso de injustiça que passaram a fazer parte daquela turma. No final das contas, ninguém queria mais estudar para beneficiar o resto da sala. Portanto, todos os alunos repetiram o ano... Para sua total surpresa.
O professor explicou que o experimento socialista tinha falhado porque ele foi baseado no menor esforço possível da parte de seus participantes.
Preguiça e mágoas foi seu resultado. Sempre haveria fracasso na situação a partir da qual o experimento tinha começado.
"Quando a recompensa é grande", ele disse, "o esforço pelo sucesso é grande, pelo menos para alguns de nós.
Mas quando o governo elimina todas as recompensas ao tirar coisas dos outros sem seu consentimento para dar a outros que não batalharam por elas, então o fracasso é inevitável."
"É impossível levar o pobre à prosperidade através de legislações que punem os ricos pela prosperidade. Cada pessoa que recebe sem trabalhar, outra pessoa deve trabalhar sem receber.
O governo não pode dar para alguém aquilo que não tira de outro alguém.
Quando metade da população entende a idéia de que não precisa trabalhar, pois a outra metade da população irá sustentá-la, e quando esta outra metade entende que não vale mais a pena trabalhar para sustentar a primeira metade, então chegamos ao começo do fim de uma nação.
“É impossível multiplicar a riqueza dividindo-a.”
(Qualquer semelhança com o Bolsa Família é mera coincidência)
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Eu já conhecia esta analogia, sem a última frase:
(Qualquer semelhança com o Bolsa Família é mera coincidência)
Discordo da conexão sugerida, em termos pejorativos - de que estamos trabalhando para sustentar vagabundos - com base nas seguintes razões:
· O Programa Bolsa Família (ver http://pt.wikipedia.org/wiki/Bolsa_família) não tenta pagar a todos pela média dos salários da Nação, apenas define um valor (valor máximo, creio, menor que R$200,00, por família) a ser pago pela Sociedade para as pessoas que tenham uma renda familiar abaixo da faixa de pobreza extrema. “O conceito de Renda Mínima (ou Imposto de Renda Negativo) remonta a "subvenções de capital providas à época da maturidade" introduzido em 1795 no panfleto Agrarian Justice de Thomas Paine onde se discute as origens da propriedade e vem em conjunto com a idéia de igualitarismo baseado em ativos” (Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Renda_mínima ) e previa o pagamento deste valor mínimo a todos os habitantes de um país ou região, aqui, por exemplo, tanto receberia o Ermírio de Moraes como um morador de rua. A competição se daria a partir daí. O objetivo é não permitir que, em sociedades desenvolvidas, alguém morra de fome ou por falta das condições mínimas de sobrevivência.
· A disponibilidade destes programas, que não existem apenas no Brasil, tem evitado que pessoas aceitem trabalhos por remunerações aviltantes. Já soube de casos, nesta nossa pátria amada, de pessoas fazendo trabalhos extenuantes, geralmente na agricultura, para receber menos de R$100,00 / mês!
· Existem contrapartidas que eliminam a miséria futura ao sanar o problema da miséria presente: freqüência em escola das crianças, exames pré-natais, vacinação, etc. Se há falhas cabe-nos denunciar e aprimorar os mecanismos de controle, não eliminar o programa de Renda Mínima.
· Duvido que qualquer pessoa se contente em consumir apenas o possível com menos de R$200,00 por família. Minha experiência é que quanto menor a renda, na verdade a formação educacional, maior é o poder de manipulação da propaganda. Geralmente pessoas humildes se endividam para ter tênis de marca, celulares fashion, etc. Assim estas pessoas não correm o risco de se acomodar com esta “fortuna” obtida do Tesouro.
· E, já foi provado, em mais de um caso, que estes mecanismos de redução da desigualdade extrema são altamente benéficos para a Economia Nacional (o PIB), pois geram demanda / mercado de consumo, onde antes só havia miséria. O dinheiro do Programa Bolsa Família e das aposentadorias rurais, geralmente é utilizado em itens básicos, alimentos, roupas, calçados,... Os donos de pequenos negócios no interior beneficiam-se desta nova demanda, efetuando reformas em suas casas, lojas, comprando bens e assim movimentando a “grande economia”, gerando emprego e renda no país. Aliás, foi o que evitou os maiores impactos, no Brasil, da última Crise Financeira. Compare com o dinheiro concentrado no topo da pirâmide econômica, em sociedades coma a nossa, com grande concentração de renda, que é entesourado, gera pagamento de juros pelo Tesouro, leia nossos impostos, ou vai parar em Nova York, na Europa ou em outros locais que não geram emprego e renda para nossa população.
Refletindo agora sobre o texto “Um experimento socialista” em si:
- Em primeiro lugar o texto pressupõe que os alunos citados estudam não para aprender, mas para obter notas, uma visão simplista do processo educacional, onde as notas devem ser usadas, apenas, como Indicadores ou Métricas de Qualidade do Processo de Aprendizagem vivido na Escola. Esta visão simplista de que a função da Escola é proporcionar um Diploma, que já foi chamado de Certificado, quando representava o atestado de que os que haviam vivido o Processo de Aprendizagem estavam capacitados a aplicar os Talentos desenvolvidos para o benefício de suas Sociedades. Esta deturpação de visão sobre o Processo Educacional, alguns dizem, derivado de sua Mercantilização – para os Alunos é um modo de Comprar um Diploma, para os Professores é um meio de Obter seu Sustento e para as Escolas é um Empreendimento cujo sucesso é medido por seus Retornos Financeiros – é que, em parte, tornou necessários os Exames da OAB, os Processos de Certificação, por exemplo, na área de Informática e outros mecanismos para a Sociedade assegurar-se de que existem profissionais competentes exercendo as funções a eles atribuídas
- Por outro lado, o texto associa a Riqueza de uma Sociedade aos Bens Materiais existentes, quando, em minha opinião, a Verdadeira Riqueza de uma Sociedade é sua capacidade de permitir a máxima expressão dos Talentos de cada Indivíduo que a compõe. Cada Ser possui um conjunto de Dons, cada Pessoa é um Presente da Vida, ou uma Graça Divina, segundo os religiosos, para todas as demais, com seu conjunto único de Potencialidades. Temos aí, acredito, outra visão simplista da Realidade, onde toma-se um instrumento desenvolvido pela Humanidade para facilitar as trocas materiais, Dinheiro / Moeda, como algo a ser acumulado, como um objetivo de vida [3] [4]. Para que esta Verdadeira Riqueza de uma Sociedade possa aflorar, um dos fatores é que as Pessoas não optem por Capacitações por razões financeiras, ou seja, por ter a melhor remuneração em sua Sociedade. A opção deve ser por Capacitações que permitem expressar seus Dons Pessoais, seus Talentos. Para isto a Desigualdade Extrema é um empecilho, devendo ser assegurado a todos, a possibilidade de satisfazer suas Necessidades e Desejos exercendo uma Atividade que expresse suas Potencialidades Pessoais. Assim teremos bons advogados, bons médicos, bons lixeiros, bons marceneiros, para os quais o trabalho é um modo de expressar-se e não um sacrifício tolerado em troca de Dinheiro.
[3] Drucker colocou bem o tema: “O Dinheiro é como o Oxigênio: vital para a sobrevivência, mas ninguém vive para respirar.” Acrescento:
- Pode-se comprar bajulação, não interesse real
- Pode-se comprar cuidados médicos, não saúde
- Pode-se comprar horas de trabalho, não compromisso / criatividade / dedicação / inovação,
- Pode-se comprar sexo, não afeto
Muitos de nós conhecem pessoas que tem vidas miseráveis embora tenham grande patrimônio material.
[4] Sobre o assunto recomendo ler os textos, baseados na palestra de Keynes, de 1930, sobre as Possibilidades econômicas para nossos netos (ver http://pt.wikipedia.org/wiki/Problema_econômico, ou então em meu blog - http://sinapsesgaia.blogspot.com/ - associados à tag Problema Econômico). Também o explora muito bem o sociólogo Domenico De Masi, em seu livro O Ócio Criativo (ver http://pt.wikipedia.org/wiki/Ócio_criativo).
Uma consideração final:
Creio que a mensagem, objeto da reflexão acima, denota uma postura de alguém que ainda tem, em seus “filtros pessoais de percepção”, uma visão herdada de uma Sociedade Escravagista, onde poucas pessoas podiam submeter muitas outras aos seus caprichos, com base em diferenças de direitos assumidas em função de, por exemplo, Origem Étnica, Posses Materiais / Propriedade, Tradição.
Aspiramos - assim eu espero veemente - viver em uma Sociedade Moderna, baseada em Convivência Cidadã e Democrática, que realize os ideais indivisíveis e eqüipotentes de Liberdade, Igualdade e Fraternidade para todos os seus participantes.
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Gostaria imensamente de conhecer pontos de vista diferentes sobre o tema. Para tal estou copiando esta mensagem, distribuída por e-mail, em meu blog pessoal, onde analisarei os comentários com que vocês me brindem.
Grato.
Claudio
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