sexta-feira, 23 de abril de 2010

Noam Chomsky: 10 ESTRATÉGIAS DE MANIPULAÇÃO POLÍTICA - [Conhecer é o 1o. passo para se defender




ESTRATÉGIAS DE MANIPULAÇÃO POLÍTICA

O lingüista estadunidense Noam Chomsky, que se define politicamente como "companheiro de viagem" da tradição anarquista, é considerado um dos maiores intelectuais da atualidade. Seus estudos sobre gramática generativa tiveram enorme impacto na área da linguística, que ele considera um ramo da psicologia cognitiva. Seu trabalho magistral, "Syntatic Structures", publicado em 1957, não somente influenciou sua área de trabalho, mas diversas outras.

Entre outros estudos, ele elaborou excelentes livros e textos sobre o papel dos meios de comunicação no sistema capitalista. É dele a clássica frase de que "a propaganda representa para a democracia aquilo que o cassetete significa para o Estado totalitário". Como ativista político, manifestou-se contra a guerra do Vietnã e contra o processo de dominação imposto pelo sistema capitalista.

1- A estratégica da distração.

O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundações de contínuas distrações e de informações insignificantes.

A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir ao público de interessar-se pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. "Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja como os outros animais (citação do texto "Armas silenciosas para guerras tranqüilas")" .

2- Criar problemas, depois oferecer soluções.

Este método também é chamado "problema-reação-solução". Cria-se um problema, uma "situação" prevista para causar certa reação no público, a fim de que este seja o mandante das medidas que se deseja fazer aceitar. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou se intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o mandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para fazer aceitar como um mal necessário o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos.

3- A estratégia da degradação.

Para fazer com que se aceite uma medida inaceitável, é suficiente aplicar progressivamente, em "degradado", sobre uma duração de 10 anos. É dessa maneira que condições sócio-econômicas radicalmente novas têm sido impostas durante os anos de 1980 a 1990.. Desemprego em massa, precariedade, flexibilidade, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que haviam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de forma brusca.

4- A estratégica do deferido.

Outra maneira de se fazer aceitar uma decisão impopular é a de apresentá-la como sendo "dolorosa e necessária", obtendo a aceitação pública no momento para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, por que o esforço não é empregado imediatamente. Em seguida, por que o público, a massa, tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que "tudo irá melhorar amanhã" e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isto dá mais tempo ao público para acostumar-se com a idéia de mudança e de aceitá-la com resignação quando chegue o momento.

5- Dirigir-se ao público como crianças de pouca idade.

A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discurso, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade, como se o espectador fosse um menino de baixa idade ou um deficiente mental. Quanto mais se intente buscar enganar ao espectador, mais se tende a adotar um tom infantilizante.

Por que?
"Se você se dirige a uma pessoa como se ela tivesse a idade de 12 anos, então, em razão da sugestionabilidade, ela tenderá a ter, com certa probabilidade, uma resposta ou reação também desprovida de um sentido critico como a de uma pessoa de 12 anos de idade (ver "Armas silenciosas para guerras tranqüilas")" .

6- Utilizar o aspecto emocional muito mais do que a reflexão.

Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional, e por fim ao sentido critico dos indivíduos. Além do mais, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou enxertar idéias, desejos, medos e temores, compulsões, ou induzir comportamentos…

7- Manter o público na ignorância e na mediocridade.

Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. "A qualidade da educação dada as classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e medíocre o possível, de forma que a distância da ignorância que paira entre as classes inferiores às classes sociais superiores seja e permaneça impossíveis para o alcance das classes inferiores (ver "Armas silenciosas para guerras tranqüilas")" .

8- Promover ao público a ser complacente na mediocridade.

Promover ao público o achar legal o fato de ser estúpido, vulgar e inculto…

9- Reforçar a revolta pela culpabilidade.

Fazer o indivíduo acreditar que é somente ele o culpado pela sua própria desgraça, por causa da insuficiência de sua inteligência, de suas capacidades, ou de seus esforços. Assim, ao invés de rebelar-se contra o sistema econômico, o individuo se auto-desvalida e culpa-se, o que gera um estado depressivo, do qual um dos efeitos é a inibição da sua ação. E sem ação, não há revolução!

10- Conhecer melhor os indivíduos do que eles mesmos se conhecem.

No transcorrer dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência têm gerado crescente brecha entre os conhecimentos do público e aqueles possuídas e utilizados pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o "sistema" tem desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano, tanto de forma física como psicologicamente. O sistema tem conseguido conhecer melhor o individuo comum do que ele mesmo conhece a si mesmo. Isto significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos do que os indivíduos a si mesmos.




Comentário de Marcelo Estraviz em 17 abril 2010 às 19:01



Em outro buzz, acabo de receber algo que tem muito a ver co o que estamos falando aqui sobre a desistência dos hierarquismos. O papo ali se deu mais sobre as elites e o Gera disse assim:

"A eleite pode ser uma posição, um lugar que se ocupa. Mas também uma postura, uma forma de agir, principalmente de superioridade. A grande maioria da filosofia "de esquerda" surgida no séc. XVIII e XIX é elitista. O elitismo é uma das poucas coisas que sempre houve e foi aceito tanto pela "esquerda" quanto pela "direita". Se é possível haver alguém abaixo de vocẽ, seja no que for, e você reconhece isso como verdadeiro, vocẽ é elitista. Se vocẽ acha que alguém não será capaz de ou não irá fazer algo e por isso você deve ou fazer ou mandar a pessoa fazer esse algo, você está sendo elitista. Toda teoria sociologica elitista reafirma isso como correto e é uma das teorias mais difíceis de se desmontar porque é baseada na idéia de que determinados tipos de ações dependem de líderes para acontecerem, e ainda são pouca as provas no sentido contrário. Os sistemas complexos auto-organizados são uma das provas contrárias a isso mas ainda são poucas as comprovações sociologicas disso, a teoria das multidões também, algumas coisas do Clastres também podem ser vistas como anti-elitistas. O elitismo é uma das idéias mais aceitas e que mais fazem parte de nós, da nossa cultura, é muito mais fácil ser eleitista do que não ser.
As elites políticas e economicas são apenas reconhecidas como tal, mas a classe A é elite da B, C, D, E, F, porém ainda assim todas as outras são elites das subsequentes se assim se comportarem e quiserem, até mesmo a classe E será da F. Somos também elite dentro dos nossos mundos e circulos, dentro das nossas especialidades. Uma das poucas coisas que destrói a elite dentro de nós é a auto-critica, a humildade (por incrivel que pareça, é tão simples e algo que está morrendo, quase apenas para os santos) e outras posturas de "igualitarismo" e respeito..."


E então? Pano pra manga pra conversarmos? :)
O texto acima é parte de um diálogo que está ocorrendo em:

Bibliografia de NOAM CHOMSKY 
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Linguagem E Mente   (em Portugues)  (2009) 
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Arquitetura Da Linguagem   (em Portugues)  (2008) 
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Problemas Do Conhecimento E Da Liberdade   (em Portugues)  (2008) 
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Razoes De Estado   (em Portugues)  (2008) 
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RIBEIRO, VERA 
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Governo No Futuro, O   (em Portugues)  (2007) 
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CIÊNCIAS SOCIAIS - CIÊNCIA POLÍTICA

Hegemonia Ou Sobrevivencia   (em Portugues de Portugal)  (2007) 
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EUROPA-AMERICA

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Rumo A Uma Nova Guerra Fria   (em Portugues)  (2007) 
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RECORD

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Ambiçoes Imperiais   (em Portugues)  (2006) 
CHOMSKY, NOAM 
BARSAMIAN, DAVID 
EDIOURO (RJ)

CIENCIAS SOCIAIS
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Lucro Ou As Pessoas, O?   (em Portugues)  (2006) 
CHOMSKY, NOAM 
JORGENSEN JUNIOR, PEDRO 
BERTRAND BRASIL

CIÊNCIAS SOCIAIS - CIÊNCIA POLÍTICA

Novos Horizontes No Estudo Da Linguagem E Da Mente   (em Portugues)  (2006) 
CHOMSKY, NOAM 

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LINGUÍSTICA
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Piratas E Imperadores, Antigos & Modernos   (em Portugues)  (2006) 
CHOMSKY, NOAM 

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CIENCIAS SOCIAIS
Poder Americano E Os Novos Mandarins, O   (em Portugues)  (2006) 
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RECORD

CIÊNCIAS SOCIAIS - SOCIOLOGIA

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Sobre Natureza E Linguagem   (em Portugues)  (2006) 
TOPICOS
 
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WMF MARTINS FONTES

LINGUÍSTICA

Para Entender O Poder - O Melhor De Noam Chomsky   (em Portugues)  (2005) 
CHOMSKY, NOAM 
SCHOEFFEL, JOHN MITCHELL, PETER R. 
BERTRAND BRASIL

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Poder E Terrorismo   (em Portugues)  (2005) 
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CIÊNCIAS SOCIAIS - CIÊNCIA POLÍTICA

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Controle Da Midia   (em Portugues)  (2003) 
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COMUNICAÇÃO 




Nova Geração Define O Limite, Uma   (em Portugues)  (2003) 
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RECORD

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Propaganda E Opiniao Publica   (em Portugues de Portugal)  (2002) 
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Novo Humanismo Militar, O   (em Portugues de Portugal)  (2001) 
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